Joni Mitchell fala sobre seus casos, vícios e música em biografia espontânea e completa

Em conversa com o biógrafo David Yaffe, a lenda da música fala honestamente e sem cortes sobre Bob Dylan, James Taylor, Leonard Cohen, jazz e sessões clássicas de gravação.

Mitchell jamais tinha cooperado antes com biógrafos até o momento da criação de Reckless Daughter: A Portrait of Joni Mitchell (Filha desgarrada: Um retrato de Joni Mitchell – em tradução livre), por David Yaffe. E baseado em entrevistas dadas a Yaffe para seu livro, a cantora e compositora parece disposta a finalmente “desembuchar” sobre sua vida, desde seu amante casual James Taylor que era “grudento e temperamental…incapaz de manter um relacionamento”. David Crosby, outro ex, chamado de produtor “incompetente” de seu primeiro álbum. As gravações originais de Bob Dylan para Blood on the Tracks foram “estripadas” para seu eventual lançamento. Seu primeiro marido, Chuck Mitchell, taxado como culpado de “estupidez acadêmica” ao relembrar quando cantou “Helpless” com Neil Young e Robbie Robertson em “The Last Waltz,” ela menciona que estavam “ultra drogados, e completamente fora de tom.”
E facil ver porque Yaffe, um professor da Universidade de Siracusa e autor de livros sobre jazz e Dylan teve acesso garantido e sem limites a anti-midia Mitchell. Em uma narrativa que mistura conversas, impressões e reportagens, Yaffe sensivelmente transcreve detalhes da vida da música, desde sua batalha contra polio durante a infância ate seu ameaçador aneurisma em 2015, guiando o leitor através de seus álbums, ele oferece tomadas detalhadas em sessões de gravação, curiosidades sobre certas canções ( mais uma alfinetada em outro ex, Leonard Cohen, em “A Case of You”), passando até mesmo por mudanças de acordes. Iniciando com o mágico Court and Spark, Yaffe também cronograma o momento estagnado de sua carreira e amor por jazz em detalhes fascinantes, incluindo seu affair com o então casado baixista iconoclasta Jaco Pastorius.
Ainda assim, e a candura de Mitchell e suas constantes e adoráveis memorias que propulsionam o livro. Ela recorda de um aborto espontâneo em uma fase mais adulta de sua vida, Miles Davis sob o efeito de cocaína a assediando de uma forma agressiva e desastrada, o abuso físico nas mãos do baterista e parceiro Don Alias, e seu vicio em cocaína que começou em sua empreitada com Dylan na Rolling Thunder Revue em 1975. (Sobre seu caso com Sam Shepard durante a mesma turnê, ela diz, “Ao meu ver, sob o efeito de cocaina, ele era bem atraente.”) Desmentindo rumores de tentativas de suicídio apos seu término com Jackson Browne, ela diz, “Sou louca, mas não tanto assim.” Insana ou não, Reckless Daughter mostra a vida de Mitchell em todos os sentidos.

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Tradução: Camila Smith

Fonte: Rolling Stone